Ou finges não sentir aquela presença que se agita acima do soalho da sala e que se envolve ainda pela cama tapada com aquela manta grosseira de lã? Crês apenas no que a vista consegue fixar e somente naquilo que a temperatura do tacto identifica?"
- "Isto não te arrepia?
Eu sinto-a aqui. Uma atmosfera. E feminina.
Uma ocupação sem-corpo, como uma confissão das paredes."
- "Não sei se pressinto a tempestade que há uns dias se prepara no céu ou a presença da mulher que aqui habitou".
Pouco importa. Terão certamente similar extravagância e a mesma intensidade emocional.
Continuo a percorrer cuidadosamente sozinha as divisões de sua casa. Sozinha.
Será tudo isto que sinto afinal a minha própria carga eléctrica destabilizar o ar?
Sem comentários:
Enviar um comentário